Esquecimentos

O esquecimento é um sintoma que pode ser consequência de uma série de doenças, entre elas: Alzheimer, AVC, Parkinson, depressão, insônia, apneia do sono e o uso inadequado de medicamentos “tarja preta” para dormir. O esquecimento pode ou não vir acompanhado de outros distúrbios cognitivas como confusão mental, delírios e alucinações ou de alterações no equilíbrio para caminhar, com marcha de passos curtos. Um histórico médico detalhado e um exame neurológico bem feito são fundamentais para o adequado diagnóstico em tratamento.

 

Confusão mental

Nem sempre os esquecimentos são o principal sintoma cognitivo identificado pela família ou pelo especialista. Confusão mental, dificuldade de planejamento, solução de problemas e alterações na linguagem ou na personalidade costumam chamar mais a atenção nas demências do tipo não Alzheimer (50% das demências) do que os esquecimentos propriamente ditos, que também podem estar presentes em menor grau. Porém para o familiar leigo, muitas vezes essas outras alterações passam ainda mais desapercebidas, ou são interpretadas como um advento “normal da idade”.

Apesar de muitas vezes a principal queixa da família ser o esquecimento, durante a testagem na consulta logo fica evidente que outras alterações cognitivas chamam ainda mais a atenção do que o esquecimento. Nesses casos, pelos diferentes diagnósticos possíveis (demências subcorticais), há uma chance maior de haver alterações no equilíbrio para caminhar, urgência ou incontinência urinárias, engasgos, apatia e depressão.

 

Tontura

Tontura é uma das principais queixas em geriatria. O tipo de tontura pode ser dividido em vertiginosa e não vertiginosa. A tontura vertiginosa é aquela na qual a vertigem é o sintoma dominante, em geral associada a náuseas/enjôo. As causas mais comuns são os transtornos do labirinto, mas ela também pode ter origem cerebral.

Já as tonturas não vertiginosas quase sempre tem origem cerebral. Elas podem ser divididas nas causas que envolvem sensação de desequilíbrio e aquelas que não possuem nem vertigem nem desequilíbrio. As sensações de desequilíbrio para ficar de pé ou para caminhar podem ser causadas por hipotensão postural (pressão cai muito quando fica de pé) ou por alguma forma de parkinsonismo, como a Doença de Parkinson e os parkinsonismos medicamentoso e microvascular. A sensação de tontura que não envolve nem vertigem, nem desequilíbrio estão associadas à depressão e são muito mascaradas. O correto diagnóstico do tipo e da causa da tontura são fundamentais, pois o tratamento errado pode até piorar os sintomas. Por exemplo, muitos medicamentos frequentemente utilizados para “labirintite” podem, quando o diagnóstico está errado, piorar o desequilíbrio na doença de Parkinson.

 

Quedas

As quedas são uma causa frequente de acidentes, complicações e até mesmo óbito em idosos. Com efeito, as quedas correspondem à 6a causa de morte entre idosos americanos. As complicações das quedas podem ser diretas ou indiretas. Entre as diretas encontram-se as fraturas de colo femural, de coluna e o traumatismo cerebral, com ou sem fratura de crânio. Entre as complicações indiretas encontram-se a trombose venosa, a embolia pulmonar, a restrição ao leito, a depressão, a piora cognitiva e o óbito.

Um idoso que cai duas vezes dentre de um intervalo de 12 meses ou que cai apenas uma vez e apresenta marcha de passos curtos ou desequilíbrio para caminhar deve sempre consultar um especialista para o correto diagnóstico do problema, tratamento e prevenção de novas quedas. Entre as principais causas de quedas entre idosos encontram-se as diversas formas de parkinsonismo e a hipotensão postural (queda da pressão quando fica de pé).

 

Tremor

Esse sintoma leva o paciente e a sua família a temer pelo diagnóstico da Doença de Parkinson. Entretanto, o tremor não é o principal sinal dessa doença e a principal causa de tremor no idoso não é o Parkinson. Dentre as principais causas de tremor no adulto maduro encontram-se o tremor essencial (muitas vezes de origem familiar) e o uso de medicamentos (iatrogenia), incluindo muitos antidepressivos. Diferente do tremor da Doença de Parkinson, os tremores de origem essencial e iatrogênica tendem a ser simétricos entre os lados direito e esquerdo e pioram ao ficar com o braço levantado e melhoram com o braço em repouso. O adequado diagnóstico e tratamento costuma amenizar em muito o tremor.

 

Dor crônica

Entre as principais causas de dor encontram-se muitas doenças neurológicas. Qualquer que seja a causa da dor, é sempre no cérebro que ela é percebida. Essa percepção de intensidade da dor pode se modificar na presença de depressão, ansiedade e insônia. Entre as mais importantes causas de dor no idoso encontram-se a fibromialgia (dor em todo o corpo), a artrose e a polineuropatia (queimação nas pernas). Essa última é mais comum em diabéticos. Já a fibromialgia frequentemente encontra-se associada à depressão e à insônia. O correto diagnóstico da causa da dor é fundamental para que o tratamento seja efetivo.